Baby do Brasil faz show memorável nos 357 anos de Atibaia
Shows, comidas típicas, teatro e desfiles marcaram as festas na cidade
Texto: Osni Dias. Fotos: Rodrigo Seixas
Os 357 anos de Atibaia foram muito bem comemorados em 2022. Com o mote “Vamos celebrar a vida”, inúmeros artistas passaram pelos palcos distribuídos em espaços distintos com ritmos e coloridos diferentes. A festa contou com uma programação diversificada, para todas as idades e estilos, com shows e vários eventos simultâneos. Além das atrações na Arena do Centro de Convenções, o aniversário de 357 anos de Atibaia contou com shows em palcos instalados na Praça da Matriz, no Pouso de Asa Delta e na Tenda Solidária do Fundo Social de Solidariedade (FSS). No domingo, o Musical Aladdin alegrou a toda a família.
Na quinta-feira (23) o cantor Mumuzinho levou seu samba ao Centro de Convenções e fez a plateia dançar com sucessos novos e antigos. Na praça da Matriz, outro palco recebia artistas da região e de naipes variados, passando pelo samba e pelo sertanejo, abraçando Osvaldinho da Cuíca e toda sua genialidade.
Já no aniversário de Atibaia (24), dia de São João, a grande atração foi o cantor e compositor Léo Chaves. Com 30 anos de carreira, o cantor revelou que sua vida passou por uma grande transformação. Para ele, o artista perde a rotina quando se torna um artista conhecido, de sucesso, e acaba virando uma peça do sistema. “Quando você percebe, já perdeu alguns momentos especiais, com filhos, família, com você mesmo, com o mundo, com as árvores, com o Sol. São valores inegociáveis”, completou. Se o artista não ficar atento, acaba virado um personagem e acaba caindo nas drogas e na depressão, alertou o artista. “Tive a grata oportunidade de me reconectar comigo e com meus valores”, disse.
O músico contou que dirige um projeto que é seu “quarto filho”, um projeto voltado à educação. Há 6 anos ele é embaixador de um instituto que já impactou milhares de pessoas, atendendo a uma juventude que não tem oportunidade. “Uma homenagem a Irmã Hortense (em Atibaia)”, alguém que conheceu há tempos atrás e tem uma imensa gratidão. O Instituto, criado pelo cantor, junto com Gilmar Goldard, leva esse nome em homenagem a Ir. M. Hortense Müller, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt.
Atualmente sua carreira está voltada a buiscar outras praias, “vestir outras roupas”, com gravação de ritmos diferentes, o brega, o pop (Léo gravou uma canção com Ludmilla, bem diferente, segundo ele), no intuito de experimentar. Meu caminho a seguir é a música romântica. E avisa: no fial do semestre vem novidade por aí. Vamos ficar atentos.
Com uma produção impecável e um repertório envolvente, Léo Chaves levou com ele a plateia que lotou a arena do Centro de Convenções durante duas horas. Não satisfeito, saltou do palco para celebrar o aniversário de Atibaia pertinho do público, que cantou suas canções, vibrou, fez selfies e curtiu uma festa como não acontecia há dois anos por conta da pandemia. O artista mostrou que, além de um grande artista, é um ser humano dedicado ao que faz, com muita entrega e amor aos seus fãs.
Baby, 70, levanta Atibaia, 357
Baby do Brasil fechou os shows no centro de Convenções com uma banda formada por músicos parceiros de crença. Eletrizante, o espetáculo mostrou que Baby mantém a vitalidade que marcou sua carreira, hoje com muita maturidade e plenitude. Elétrica, extasiante, extravagante, carregada de entusiasmo e alegria, cantou por quase duas horas e ainda recebeu a reportagem no camarim após a festa.
Baby do Brasil é grande, mas preserva uma alma de criança. Exatamente como na canção: “Ainda continuo “Paz e amor”, do V e da flor, realizando o sonho, chamando o criador. Dentro dos meus olhos ainda brilha aquela luz divina”. Sim, Baby do Brasil ainda continua a ser criança e traz a alegria como esperança. Em dado instante, descalça, foi até o público, onde celebrou a vida e a amizade.
Quem vê Baby do Brasil nos palcos não imagina que é uma artista completa e uma mulher espiritualizada. Hoje, se apresenta com uma banda pra lá de especial. Todos professam da mesma crença e ela aponta que só agora conseguiu reunir um grupo tão coeso, na música e na fé. Conta que sua ligação com o sagrado não é como todos imaginam, pois tem a ver com “religare” e que é chamada de evangélica porque é ligadíssima no Evangelho. Segundo Baby, quando se é pastor a gente conhece coisas diferentes. “Estou nessa pegada há 22 anos, é uma outra onda”, contou à reportagem.
Desfilando sucessos como Cósmica, Brasileirinho, Emília, Todo dia era dia de índio, Menino do Rio e Menina Dança, Baby do Brasil conversou com o público durante todo o show, abrindo espaço para solos de guitarra, baixo, bateria e teclado, ensaiando alguns acordes neste último, além de tocar guitarra em uma das canções, exaltando o Criador ao final da música. Aliás, a força do grupo reside na fé que os une e faz com que a música seja um instrumento, até mesmo um detalhe à parte. “Vamos comer direito, viver direito e não usar droga pra gente viver mais 30 anos cheios de energia. Eu sou você amanhã, ok?”, brincou, ressaltando sua energia e vivacidade.
Descontraída, Baby mudou várias vezes o setlist, brincando bastante com a banda. “Algo que eu gosto em mim (nem tudo a gente gosta na gente): quando eu vou para o palco, ao invés de querer fazer tudo perfeito, como eu deveria – se eu fosse muito exigente com a perfeição –, eu estaria fazendo tudo igual. Mas como eu acho que a perfeição está na criatividade, não posso perder a oportunidade de estar com uns músicos desses sem arriscar tudo”. E deu o recado: “Seja criativo em tudo, não tem coisa mais gostosa do que você ser livre pra criar, porque foi assim que Deus nos fez”. E emendou “Is this Love”, de Bob Marley, que você ouve abaixo:
O Correio de Atibaia participou da festa dos 357 anos de Atibaia e entrevistou Léo Chaves e Baby do Brasil, cujos vídeos complementam esta matéria, abaixo: