Ansiedade, crescimento na venda de livros e lotação marcam 26ª edição Bienal do Livro
A 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo começou oficialmente no último sábado (2) e, tomada de expectativa por conta da última edição ter acontecido apenas em 2018 em razão do cancelamento em 2020 por conta da pandemia [a Bienal do Livro acontece de dois em dois anos], muita gente compareceu no primeiro fim de semana e nos dias seguintes. Neste ano, a organização da Bienal tem a expectativa de receber, até o dia 10 de julho – último dia do evento – um público de 600 mil visitantes.
O Correio de Atibaia esteve lá e conta o que viu no evento.
O evento acontece no Expo Center Norte, na capital paulista, e tem gerado filas gigantescas, com o público vindo da própria capital e de demais pontos do país. No fim de semana, o tempo de espera para entrada do público chegava duas horas. Havia também um outra fila, para imprensa, professores e expositores, também longa, mas bem menos que a do público geral. A fila era grande ainda que pessoa já tivesse o ingresso adquirido pela internet.
Claro, se tinha fila do lado de fora, tinha também do lado de dentro. Nos principais estandes, para comprar um livro, conseguir um autógrafo do autor ou uma foto com algum personagem, tudo tinha fila. Para ver as conversas na Arena Cultural – onde estão alguns dos principais nomes do evento – era preciso chegar com antecedência para pegar um bom lugar – ou você veria tudo de longe.
Até o momento, quem colocou um estande no local tem comemorado a presença do público. No primeiro final de semana, a Submarino afirma que houve um crescimento de 370% na compra de livros, comparado com o mesmo período em 2018. A editora Rocco afirma que só neste primeiro sábado foram 157% a mais em faturamento do que o alcançado nos dois primeiros dias da edição de 2018. Outras editoras comemoraram as vendas sem dizer os números precisos do evento, que ainda segue até o próximo domingo.
Além dos estandes de editoras (ao todo são 185 expositores) há espaços de conversa e eventos. Na Arena Cultural, Maurício de Souza foi o principal convidado do espaço. O Cozinhando com Palavras, um espaço diferente onde palestrantes, chefs, jornalistas e autores ligados ao ramo gastronômico conversam e dão autógrafos e preparam alguma comida. O Salão de Ideias é menor que a Arena Cultural. Com curadoria da CBL e do Sesc São Paulo, pessoas da área ou relacionados conversam sobre temas literários. No Espaço Cordel e Repente há uma programação com debates, palestras, shows, contação de histórias e apresentações artísticas ligados ao tema: “Como se faz cordel”, “Como se faz xilogravura” e “Ilustração com referências na xilogravura”.
Outros espaços são, na maioria, para o público infantil, com conteúdo mais educativo, com narração de histórias, breves oficinas temáticas e atividades de curta duração. Como há muitas escolas participando do evento, há também muitas crianças presentes.
Portugal é o país convidado do evento. No local há um espaço destinado aos autores portugueses e debates com eles. Além disso, serve como uma propaganda do país para o turismo por lá, seja ele ligado à literatura, ou não. Em meio a isso, o segundo dia da Bienal recebeu a visita do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. O presidente, que tem a vida ligada à academia por ter sido professor e jornalista, percorreu vários espaços da Bienal, se encontrou com nomes da literatura portuguesa e brasileira e também com políticos brasileiros.
Outro português também fará uma aparição ilustre na Bienal e vai até chamar mais atenção dos brasileiros, por estar mais próximo deles e já ter uma grande afinidade com o país. É o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que há pouco tempo lançou um livro sobre o período de trabalho dele no clube paulista, onde já foi campeão da Libertadores duas vezes, além de outros títulos.
Ele irá na quinta-feira (7) e participará de duas atividades. Das 17h45 às 18h30 fará um bate-papo com o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, na Arena Cultural Pólen. Neste primeiro evento, o acesso do público acontecerá por ordem de chegada e será limitado à capacidade do espaço, de 500 pessoas. Depois terá uma sessão de autógrafos, onde ele autografará o livro “Cabeça fria, coração quente”, às 19h. Serão 120 assinaturas, com senhas já distribuídas de forma antecipada, na terça-feira (5 de julho), por meio do site da Bienal do Livro de São Paulo.
Para quem ficar com fome durante o evento há uma área no pavilhão destinada à alimentação dos visitantes, porém não há muitas opções de comida. E, como o evento tem sido bem lotado, há demora, principalmente nos horários mais comuns para comer.
Sobre as questões da Covid-19, não foram checadas as temperaturas de quem compareceu no evento e em muitos casos, não foi conferido o ciclo vacinal do visitante. No evento é aconselhado o uso de máscaras faciais, e até há uma boa parte de pessoas usando. Como o evento está bem lotado, o distanciamento não é seguido em muitos momentos.
Para quem quer visitar a Bienal, o Expo Center Norte está localizado na Vila Guilherme, a 850m de distância da estação Portuguesa-Tietê. Durante o evento há um serviço de transporte gratuito (ônibus) na saída das estação do metrô. Para quem for de carro, há um parque de estacionamento com capacidade para 4.200 veículos.