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Uma grande nação se faz com respeito aos símbolos nacionais

Guilherme Ramos*

No Brasil, o Dia dos Símbolos Nacionais é comemorado em 18 de setembro.  Instituído através da Lei 5.700, de 1° de setembro de 1971, os símbolos são de extrema importância para a formação e identificação da nação brasileira dentro e fora do país e retratam a cultura e a história de nossa nação. No Brasil, são quatro os símbolos oficiais: Bandeira Nacional, Hino Nacional, Armas Nacionais (ou Brasão) e o Selo Nacional. Porém, hoje se instalou uma tendência de apropriação de símbolos nacionais por políticos e partidos radicais em âmbito mundial. Isso faz parte de uma estratégia suja de uma suposta divisão da população para chamar vozes discordantes de inimigos da pátria. Na Finlândia, por exemplo, usar símbolos nacionais hoje está associado a grupos xenofóbicos e de extrema direita. Outro exemplo é nos Estados Unidos. Donald Trump, até então presidente norte-americano, tentou vender a ideia de quem não usasse a bandeira de seu país não seria patriota e estaria contra a nação.

Já no Brasil, durante o movimento de “Diretas Já”, manifestações de ruas utilizaram-se da bandeira nacional como um unificador de uma demanda coletiva. Contudo, a partir de 2015, em meio as passeatas pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o uso da bandeira, da camisa da seleção brasileira e do verde e amarelo viraram marcas da extrema direita e posteriormente associados a candidatos extremistas.

Ativistas utilizando símbolos nacionais em passeata

A professora de História e Sociologia, Wanderléia Ricanello, não concorda com o uso de símbolos em situações extremas. “A história já deixou isso muito evidente com os totalitarismos da primeira metade do século XX. No entanto, precisamos ter discernimento e condições de analisar se os símbolos nacionais estão sendo utilizados como forma de expressar o nacionalismo ou como instrumento de manipulação”, afirma.

“Infelizmente, devido à não cultura nacionalista, ao inexistente patriotismo e a um enorme nível de imoralidade política, quase cancerígena, há séculos nosso país não valoriza os símbolos nacionais. Nossos jovens não conseguem se ver como membros ativos da nossa sociedade e, portanto, não valorizam e muitas vezes sequer os respeitam”, disse a professora. Ela completa afirmando que devemos ter respeito e valorizar os símbolos como ato de cidadania. “Uma verdadeira nação só se desenvolve e se faz respeitada de dentro para fora. Ou seja, primeiro valorizamos nossa Pátria, respeitamos nossos símbolos, atuamos como verdadeiros cidadãos, aí teremos, realmente, uma grande nação”, completa Wanderléia.

Ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado de um símbolo nacional

Patriota é aquele que ama a pátria e a ela presta serviços, mas isso não quer dizer que patriota é de direita e antipatriota é de centro ou esquerda. O uso da bandeira, ou de qualquer outro símbolo nacional como patriotismo é motivo de orgulho. Patriotismo é a prática de amor, lealdade e defesa de seu país, não de político, partido ou facção.

Guilherme Ramos é acadêmico de Jornalismo da UNIFAAT.