Consequências do desgaste ambiental são visíveis e já estamos colhendo frutos

Bia Coleto

Os seres humanos fazem parte do meio ambiente de maneira integral. Existe uma relação de pertencimento que quando respeitada, permite a coexistência, mas quando essa linha é cruzada de maneira exploratória ou com aquele famoso complexo de superioridade que o homem carrega, o meio ambiente sofre, perde suas matas, seus animais e suas águas.

Os estudos científicos, sobretudo no campo da ecologia, não deixam dúvidas de que essa perda também apresenta consequências para nós, afinal fazemos parte do mesmo sistema. Preocupadas com essa coexistência, algumas pessoas lutam para manter a natureza viva e diminuir o impacto negativo das ações humanas. Essa batalha pode ser individual ou coletiva, através de algum grupo com o mesmo propósito. Estamos falando dos ativistas e das ONGs voltadas para causas ambientais, assunto principal deste artigo.

A mobilização pelas causas relacionadas ao meio ambiente aumentou visivelmente nos últimos tempos, sendo notória a participação de diversas organizações não-governamentais (ONGs) que tentam conscientizar a população e solucionar problemas existentes. Na Região Bragantina, esses grupos atuam em iniciativas ambientais muito importantes, mas nem sempre possuem a visibilidade e o apoio necessário para colher resultados satisfatórios. Entre idas e vindas abordando temas ambientais para a realização do meu trabalho de conclusão de curso, tive a oportunidade de conhecer um pouco da atuação de várias ONGs e entender como essa participação faz diferença no meio ambiente e na vida das pessoas.

Em mais de uma entrevista feita, o tema “falta de apoio” foi citado pelos protagonistas, e isso diz respeito a algumas situações como a falta de incentivo, falta de investimento público e privado, baixo interesse da sociedade, entre outros problemas. Essa situação faz com que a atuação e mobilização das ONGs seja ainda mais difícil. Neste cenário, é visível a necessidade das organizações de serem independentes e conseguirem atuar continuamente, por isso são, em sua maioria, constituídas por voluntários.      

A SIMBiOSE é um exemplo de atuação na região constituída por diversos voluntários. A atuação da OSCIP tem como foco o combate a incêndios florestais, com destaque na Serra do Itapetinga – que originou a criação do grupo. Além disso, a SIMBiOSE também atua socialmente educando e incentivando as pessoas a cuidarem do meio ambiente. Com grande dedicação, além de ter reconhecimento nacional, a OSCIP teve seu trabalho reconhecido em Portugal na 8ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais – Wildfire 2023.

A atuação dessas pessoas é cada vez mais necessária, principalmente para incentivar a participação da sociedade. Outra organização voluntária e independente de destaque na região de Atibaia é o Grupo Expedição ao Onofre que atua diretamente com questões ligadas a situação hídrica da região e do próprio Onofre. Eles usam principalmente do conhecimento compartilhado para incentivar as pessoas a cuidar das fontes de vida disponíveis na região. São realizadas caminhadas para conhecer o entorno do Onofre e debater questões importantes e atuais que precisam de intervenção e solução rápida, para evitar piores consequências ao ser humano, fauna e flora.

Outra organização de destaque em Atibaia e região é o Coletivo Socioambiental, que atua desde 2019 como uma plataforma de discussão e ação ligada a problemas ambientais vigentes na sociedade. Pude conhecer um pouco mais da intervenção realizada na Fazenda Pullman – a importância, a relevância e o significado do cerrado remanescente que ainda existe no local e precisa ser preservado em sua totalidade.

Abordando temas de impacto social e ambiental, também aparece a organização Salve Atibaia, cujo tema principal é a verticalização desenfreada e a expansão desorganizada da cidade de Atibaia, tema recorrente na sociedade.

Todas essas organizações contribuem significativamente com a preservação do meio ambiente da região. É de extrema importância o apoio público, social e privado, seja ele financeiro, ou fornecendo outros tipos de ajuda e espaço para atuação. As consequências diante de todo desgaste ambiental são visíveis e já estamos colhendo: todos os dias são noticiados no mundo os impactos do desmatamento, das diversas esferas da poluição, da mudança climática, entre tantos outros desfechos – todos negativos para nós. Não somente o ser humano sofre, mas também toda espécie de ser vivente, seja na fauna ou flora.