Novembro Dandara chega à sua quarta edição com força e criatividade
Recheado de atrações, evento traz reflexão, acolhimento e diversão para todos os públicos e todas as idades
Tem início hoje (1) o Novembro Dandara, evento que celebra a consciência negra e as lutas dos movimentos negros pelo fim da opressão. Criado pela Associação Cultural Negra Visão, em Atibaia, o evento vem este ano com muitas atrações e uma série de eventos, comemorando e lutando pelos direitos do povo preto. Serão encontros, rodas de conversa, oficinas, espetáculos de dança, o Cortejo Negro, ponto alto da festa e, no final do mês, a entrega de Medalha por Serviços Prestados à comunidade negra de Atibaia, na Câmara Municipal, terminando com o Baile na Base, com muita festa e reflexão.
Dandara é um dos nomes mais aclamados na luta negra no Brasil por sua participação no comando do Quilombo dos Palmares e na resistência ao regime escravocrata. Casada com Zumbi, liderou os guerreiros na luta contra a opressão portuguesa.
Silvana Cotrim, presidente da associação, destaca a importância de Dandara dos Palmares na luta contra a escravidão, ao lado de Tereza Benguela e Luísa Mahin. Em 2019 as duas guerreiras tiveram seis nomes inscritos no Livro dos Heróis da Pátria, em Brasília. Silvana revela que “há anos já organizavam eventos, que em 2021 foram agrupados e batizados com esse nome, sendo então celebrado durante o mês inteiro”.
O Quilombo Urbano Negra Visão promove inúmeras atividades como aulas de curimba, dança, capoeira, além de atendimento psicológico gratuito. O espaço também um podcast com grandes atrações e o projeto Colo de Mãe. Conta ainda com um Memorial, um Bazar Permanente e pessoas sempre dispostas a conversar sobre a vida cotidiana. A reportagem do Correio pergunta o que há de especial este ano. Silvana Cotrim diz que todo ano é especial para ela. “A comunidade terá um leque de atrações durante todo o mês de novembro como palestras, capoeira, música, dança, rodas de conversa e muitas outras atividades”. O Cortejo Negro, por exemplo, há três anos acontece no Centro da cidade, vai para a Carvalho Pinto e, no ano que vem, provavelmente será realizado em outro ponto. “Todos são muito especiais”, lembrou Silvana.
A cultura africana era auditiva, em que vários ritmos diferentes eram tocados ao mesmo tempo. Por serem muito presentes, sobretudo em eventos festivos, os tambores eram uma forma de comunicação entre comunidades distantes – em razão de sua forte potência sonora – transmitindo assim a identidade de uma linguagem falada. Ou seja, os tambores “falavam”. Silvana explica: “a gente começa com o barulho dos tambores, no Encontro de Curimbas, no Imperial, e termina com barulho, que será o baile na Base, lá no Quilombo”. E prossegue: “no meio disso tudo teremos várias atividades”. Dentre elas, a cidade receberá o show do cantor, compositor e rapper brasileiro Rael, no Jardim Imperial, no dia 22. Rael foi um dos nomes indicados para a Secretaria de Cultura no ano passado. “Muita gente nos procurou para trabalharmos juntos e fizemos novas parcerias, inclusive com grupos que vão se apresentar na Casa do Samba este ano”, disse.
Silvana comenta também sobre a importância de celebrar o Novembro Dandara e a relevância das ações promovidas pela entidade. E cita as atividades pedagógicas promovidas pelo Negra Visão. “Uma coisa bacana que acontece são as escolas que nos chamam para uma conversa com as crianças, o que é muito gratificante, pois achamos importante as crianças entenderem nosso trabalho”, concluiu.
O Novembro Dandara começa neste 1º de novembro com o Respiradouro e o Encontro de Curimbas, às 19 horas, no Imperial e vai até o dia 30 deste mês. Acompanhe a programação pelas redes sociais e participe. Sua presença é muito importante.
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