Redesenhando a Final
Por dentro do jogo
Palmeiras e Corinthians se encontraram e mediram forças no último domingo, 16, no Allianz Parque. E, para pôr uma pitada de emoção à partida, os visitantes saíram vitoriosos em um jogo que poderia ter um resultado bem diferente quando observamos apenas as chances criadas.
Porém, de efetividade vive o futebol. Sobretudo o brasileiro. E é através de resultados que se prolonga a vida de um técnico, sobretudo quando não se reconhece algum tipo de grife nele. Esse é o cenário de Ramón Díaz que reescreveu – em parte – seu destino ao montar seu time de forma diferente neste duelo.
O comandante alvinegro reposicionou seus atletas, mudou o esquema, e extraiu o melhor do seu coletivo que precisava de mais uma vitória, uma para reafirmar e se mostrar uma equipe em crescimento e, assim, trazer a torcida corintiana para seu lado. Funcionou.
Abel Ferreira, por sua vez, não conseguiu extrair o sobrenatural que se espera de um Palmeiras muitas vezes vitorioso, de um esquadrão com elenco farto e renomado. Aliás, se formos falar apenas de resultado, desde o último ano, o Palestra não vem conseguindo seu efetivo em decisões. No Derby, não foi diferente.
Apesar das chances criadas, a atuação mostrou o porquê o pênalti polêmico teve tanto peso diante do São Paulo. Os alviverdes possuem volume, repertório, mas com pouco poder de decisão na prática. Diante de um Palmeiras que cria sem alma, o Corinthians renasceu de suas próprias cinzas e inverteu a lógica. Aguardemos o jogo 2 da decisão.

Bruno Velasco
Jornalista formado UVA – Universidade Veiga de Almeida (RJ), com experiência em documentário esportivo e com viés social, fotografia, rádio e produção de conteúdo pela Agência ZeroUm, SP.