Por dentro do jogo – Derrota amarga no Allianz
Palmeiras x Flamengo é clássico. Não apenas por serem duas grandes agremiações do Brasil, mas sobretudo pelo desempenho forte nos últimos anos, valendo disputa de edições do Campeonato Brasileiro, além de uma decisão de Libertadores.
A manhã, em São Paulo, demonstrava a animação da torcida nos arredores do estádio do Palmeiras. Eram muitos que chegavam de todas as formas, muitos ônibus fretados e uma única certeza. Era uma espécie de decisão antecipada. Algo para se vencer, não para apenas jogar. Uma espécie de divisor de águas na caminhada rumo ao título.
Mas o que se viu em campo foi um Alviverde que não soube se encontrar em campo. Ou melhor, não soube extrair o diferencial que seu elenco proporciona. Mesmo assim, a primeira grande chance foi dos donos da casa. Com a primeira de duas penalidades questionáveis marcadas, o Palmeiras teve a chance de abrir o placar com Piquerez, falhou. Rossi defendeu.
A perda do pênalti não abateu, mas também não inspirou o Palmeiras. No decorrer do restante do primeiro tempo, o que se viu foram os visitantes com mais organização, mesmo assim sem perigo, demonstrando um duelo que pendia para a anulação de forças, com falta de criatividade em ambos os lados.
O segundo tempo veio e trouxe muito pouco de novidade para dois times que aspiram mais na competição. Aos 21, Arrascaeta chamou para si o protagonismo. Encenado? Parece que sim. Mas o VAR recomendou revisão. Pênalti marcado. Gol de Arrascaeta.
O Palmeiras que precisou se reorganizar e conseguir criar, não conseguiu se impor mesmo após estar em desvantagem. E, na tentativa de criar um abafa, a pressão desordenada permitiu ao Flamengo encaixar o golpe fatal: Ayrton Lucas fez o segundo gol e daria números finais à partida.
Com tantos talentos, houve muito pouco futebol mostrado em campo pelo Palmeiras. E o mesmo há de se dizer do Flamengo. Em um clássico jogado abaixo da dimensão continental que tem, infelizmente, o VAR foi o protagonista. A vitória, nesse domingo, 25, não merecia ser de ninguém.

Bruno Velasco
Formado em Jornalismo pela UVA – Universidade Veiga de Almeida (RJ), possui experiência em documentário, fotografia, rádio e produção de conteúdo pela Agência ZeroUm, SP.