Na ponta dos dedos, a F1 – Uma corrida de Mônaco com muito jogo de equipe
Mais uma vez, a corrida de F1, em Mônaco foi decidida no sábado conforme a posição de largada e pelas falhas de pilotos e equipes. Mas o seu diferencial, mesmo com a necessidade de duas paradas, foi o jogo de equipes associado a uma leitura fria do regulamento específico dessa etapa.
No sábado, a classificação foi emocionante. E poderia ter sido melhor para a Ferrari se Leclerc não tivesse perdido a pole nos instantes finais. E se a equipe não tivesse, mais uma vez, falhado grosseiramente com Hamilton, o fazendo perder a 4ª posição na largada por conta de uma comunicação equivocada que afetou a volta rápida de Verstappen. Lewis acabou punido, perdeu 3 posições e largou em sétimo.
Com Norris largando na frente, a primeira curva poderia decidir quem levaria a corrida para casa. As sete primeiras colocações não mudaram e apenas o fim do pelotão foi logo aos boxes quando Bortoleto dividiu com Kimi e bateu na entrada do túnel. A regra para Mônaco exigia 2 trocas de pneus, mas não estabeleceu uma rodagem mínima com cada composto, fazendo uma das partes do jogo de equipe funcionar de forma um tanto quanto questionável.
Na pista, conforme foi-se avançando, Hamilton conseguiu conquistar a quinta posição e Verstappen liderou após não parar para cumprir a obrigatoriedade até a penúltima volta. Gerando, em todos, a dúvida se o holandês aceitaria a punição da não parada e ganharia a prova, e – ao mesmo tempo – a perderia com mais 29seg acrescidos ao seu tempo, ou se pararia nos boxes para trocar os pneus e cumprir a regra.
Ele não foi o único. Kimi também se sacrificou e utilizou a mesma estratégia para privilegiar Russell que não vinha bem na corrida. As estratégias que se empilhavam não trouxeram nada de positivo para a disputa, nem para a criação de troca de posições para os carros da F1 de hoje que, por sua vez, são grandes demais para as ruas estreitas e necessitam de um DRS para que uma ultrapassagem seja facilitada.
A leitura fria do regulamento criou na corrida um ambiente de simples banalização das regras, tendo Lawson rodado mais lento que seu companheiro para que o mesmo pudesse abrir uma distância segura, realizar seu pitstop, e voltar sem prejuízo. Para quem desejou assistir uma corrida mais agradável, restou a mesmice de Mônaco com o agravante de um jogo de equipe escancarado que apagou em parte a vitória de Norris que reduziu a distância para Piastri em apenas 3 pontos. Na McLaren, há muito o que se celebrar por se manter a disputa em casa. A Red Bull segue sendo apenas o carro de número 1. As Mercedes involuíram, a Ferrari segue tropeçando em si mesma e as Williams seguem sendo uma boa notícia.

Bruno Velasco
Formado em Jornalismo pela UVA – Universidade Veiga de Almeida (RJ), acompanha F1 desde 1986, possui experiência em documentário, fotografia, rádio e produção de conteúdo pela Agência ZeroUm, SP.