Por dentro do jogo – Corinthians vence com o regulamento embaixo do braço
Com um time repleto de ausências, o Corinthians que se reinventa, tendo Dorival Jr. à frente, entrou em campo em uma formação de 4-1-4-1 que não surtia muito efeito, demonstrando que a força do regulamento poderia fazer a diferença nas ações em campo. A virtude, hoje, 21, era a estratégia. Muito mais forte do que realizou em campo, o Timão deixou para selar a classificação nos acréscimos do segundo tempo.
Uma vitória simples bastava — e até o empate servia. E foi assim, controlando e se soltando pouco no jogo que a partida transcorreu. O tempo precisava passar. Em campo, um time protocolar. Apenas atuando, reagindo ao técnico adversário e aos seus movimentos. A primeira etapa trouxe esse jogo amarrado, quase espelhado, com um Novorizontino mais ousado, criando soluções para encontrar espaços, arriscando de fora da área e gerando mais perigo que os donos da casa. A segunda etapa não seria muito diferente.
O Novorizontino, que precisava de um gol para levar a decisão aos pênaltis, até teve volume, mas careceu de efetividade. Assim, não era capaz de incomodar o Corinthians o suficiente. O Timão soube sofrer, é verdade que sofreu pouco. E, tal como destacou Yuri Alberto após o apito final: às vezes, é preciso vencer mesmo sem jogar bem. E foi exatamente isso que o time conseguiu.
Dorival aproveitou o jogo para testar variações. Em alguns momentos, Romero se juntou a Yuri no ataque; em outros, o meio-campo se transformou em uma linha de cinco. As mudanças surtiram efeito: Thalles e Carillo, que entraram na etapa final, participaram diretamente da jogada do gol que selou a vitória nos acréscimos. Thalles tocou de primeira para Yuri, que invadiu a área, driblou o marcador com classe e finalizou de canhota. Gol de placa, mais um. E classificação garantida.
Em jogo de mata-mata, truncado, de poucos espaços, o placar mínimo garantiu a classificação. E teve igual efeito que o empate teria. Entretanto, cai como alento ao torcedor e reafirma a confiança no projeto de Dorival que, com uma vitória, tem mais tempo para seguir pensando no Corinthians ideal, considerando o planejamento possível conforme as competições que disputa.

Bruno Velasco
Formado em Jornalismo pela UVA – Universidade Veiga de Almeida (RJ), possui experiência em documentário, fotografia, rádio e produção de conteúdo pela Agência ZeroUm, SP.