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Escritores de Atibaia lançam Manifesto pela Democracia

MANIFESTO PELA DEMOCRACIA

ESCRITOR@S E SIMPATIZANTES DA LITERATURA ATIBAIENSE PELA VIDA

A crise civilizatória brasileira se agrava e sacrifica o Estado Democrático de Direito, inspirada nos regimes autoritários da Alemanha nazista de Adolf Hitler e no fascismo italiano de Benito Mussolini, patronos da Segunda Grande Guerra e na morte de mais de 30 milhões de seres humanos, incluindo o holocausto dos judeus, ciganos e comunistas. As denúncias ganharam as colunas dos jornais e os escritos dos críticos e analistas.

A história se repete. O país sofreu tiranias idênticas nas ditaduras instaladas no poder da República no decorrer das décadas anteriores. Destaque-se o golpe de 1964. O despotismo prendeu, torturou, matou e enterrou em cemitério clandestino quem desafiasse a ordem política e social. As famílias choraram as vítimas em silêncio sepulcral e lágrimas engolidas pelo medo.

Anos depois o povo percebeu o engodo. Os generais prometeram repartir o rico bolo do ministro da Fazenda Delfim Netto e não cumpriram a palavra. Apropriaram-se da cereja e ofereceram salários ínfimos, carestia e chumbo quente.

As inconsistências derrubaram o regime civil-militar. A Constituição Cidadã de 1988 redemocratizou o Brasil. As eleições amplas e livres voltaram. A anistia repatriou milhares de exilados espalhados mundo afora.

Em 2016 as nuvens negras da autocracia retornam e maculando o céu de brigadeiro da soberania popular. Assiste-se a farsa da deposição da presidenta Dilma Roussef e a ascensão e posse do vice Michel Temer.

“Passa boi passa boiada passa galho de ingazeira” o engodo de novo rouba a cena política através da prisão fraudulenta do bem cotado candidato ao Palácio do Planalto, o ex-operário Luiz Ignácio Lula da Silva. (Lembrem-se: faz pouco tempo as autoridades competentes restauraram a dignidade de Dilma e Lula, absolvendo-os dos crimes lhes imputados sem critério e comprovação).  

A eleição de Bolsonaro escondia na algibeira o Estado Mínimo. Desse modo os impostos arrecadados não mais são investidos em serviços de saúde e educação. Agora atende as prioridades do mercado e dos negócios especulativos.

O presidente declarou guerra ao Estado Democrático de Direito que o elegeu. A trupe ameaçou o Supremo Tribunal Federal com um cabo e dois soldados.

Discursou obscurantismos e barbáries. Disseminou o ódio. Estimulou os preconceitos e os instintos mais primitivos. Optou pelo opressor.

Ameaçou a ciência e o meio ambiente.

Atrasou a vacinação contra a Covid-19. Impôs tratamento de eficácia duvidosa. Ganhou o título desonroso de genocida.

A oposição acusa-o de corromper o parlamento através das bilionárias emendas parlamentares anônimas (orçamento secreto). A confraria safou-o de mais de cinqüenta pedidos de impeachment. Impediu a investigação de atos suspeitos próprios, de amigos e familiares. Distribuiu à mão cheia o sigilo inconfessável por 100 anos.

A economia despencou do sexto para o décimo segundo lugar. A fome e o desemprego aumentaram. O governo concedeu bondades eleitoreiras para enganar o estômago da desigualdade. A inflação acelerou-se.

Fez trapo da bandeira verde e amarela ao apropriar-se do lábaro para fins políticos.

Apóia-o quem gosta de levar vantagem em tudo ou padece da irracionalidade. Há séculos os antepassados locupletaram-se com a escravidão humana, semearam o preconceito religioso, cultural, linguístico e sexual. Estimularam a violência. Defenderam os coronéis do café com leite. Apoiaram o Jânio Quadros. O golpe civil-militar de 1964. O Sarney. O Collor. O Maluf. O golpe do Temer. E por aí vai.

A eleição presidencial de 2026 corre risco de adiamento por 15 anos sufocando a vontade e as reivindicações populares.

Jair Bolsonaro, defensor da desconstrução democrática, merece um novo mandato?

Lula encontra-se hoje na linha de frente da resistência contra as ideologias exóticas e macabras em voga no país, estas inspiradas nas facções de direita, extrema direita, neofascistas e neonazistas.

Representa a esperança da FRENTE DEMOCRÁTICA BRASLEIRA no combate, mais uma vez, ao autoritarismo político dos déspotas.

Não se trata, pois, de uma disputa pessoal entre candidatos, mas de um confronto entre a civilização e a barbárie. Deseja-se a preservação dos serviços públicos de educação e saúde em oposição ao desmonte e ao abandono da coisa pública.

O povo carece de salários e preços justos. Aposentadoria digna. Impostos cobrados igualmente dos pobres, remediados e ricos, sem isenções e privilégios. Enfim, um combate eficaz à desigualdade, ao desemprego, à miséria, à fome, ao racismo, ao desmatamento, ao veneno dos alimentos e à violência do Estado e dos escravocratas.

Importam à vida em sociedade as condições do indígena, do preto, do pobre, da mulher, da população LGBTQIAP+, das árvores, dos animais, dos indígenas, dos cientistas, dos artistas e dos intelectuais.

Lamenta-se os irmãos brasileiros votantes em ambições e interesses imediatos, nas próprias algibeiras, sem se preocupar com o futuro da nação, pois sabe-se que o Brasil nasce com a marca da violência. Nossa educação e assistência social estão jogadas às traças.

O ódio, a violência e as mentiras transformaram-se em refúgio dos incompetentes. A estupidez em patriotismo.

Enfim, espera-se ansiosamente que a vocação democrática dos eleitores de 30 de outubro de 2022 exorcize o espírito diabólico e macabro das ditaduras que rondam a História do Brasil, em nome do amor e da justiça social.

Atibaia, 27 de outubro de 2022

Adriana Cristina de Souza

Amne Faria

Ana Cecília Correia Lima

Anna Luiza Calixto

Benivaldo Soares Rocha

Bruno Duarte Chama

Carlos Pessoa Rosa

Edineia Prado da Costa

Fátima Brito

Flávia Helena

Georges Zaki

Gilberto Sant’Anna

Guilherme Moura

Iete Rodrigues Reis

Isadora Títto

Josiane do Nascimento

Juliana Gobbe

Kelly Orasi

Maria Aparecida Cassavia Zaki

Sonia Morel