Desvendando o universo redes sociais: riscos, impactos, comportamentos e desafios
Entrevista com Marcio Yuji Tokunaga realizada pela acadêmica de Jornalismo da UNIFAAT, Ana Júlia Silva de Lima
Ana Júlia Lima
Nesta entrevista, abordaremos o impacto das redes sociais, com destaque para os efeitos sobre os jovens e o uso excessivo dessas plataformas. Para oferecer uma visão especializada, contaremos com o Marcio Yuji Tokunaga, um profissional experiente em Marketing e Comunicação Estratégica. Marcio possui uma sólida formação acadêmica, com graduação em Publicidade e Propaganda, pós-graduação em Planejamento Estratégico e um MBA em Marketing Digital. Além de seu trabalho como sócio-diretor da Takano & Tokunaga Propaganda e Marketing, Marcio também é professor, compartilhando seu conhecimento com estudantes interessados na área.
Ana Júlia: Quais são os riscos associados à exposição excessiva nas redes sociais?
Márcio: Creio que o maior risco esteja relacionado à construção de uma realidade que não existe, tanto em termos de beleza quanto de sucesso, e em relação a quaisquer outros parâmetros.
AJ: Existem relações entre o uso frequente das redes sociais e o desenvolvimento de vícios e dependências em jovens?
M: Com certeza, não apenas a dependência, que arriscaria dizer ser equivalente à dependência química, mas também o desenvolvimento de outras patologias, como problemas de visão, ortopédicos e dificuldades de relacionamento e interação social no mundo offline.
AJ: Que medidas podem ser tomadas pelos usuários, especialmente pelos jovens, para promover um uso mais saudável e responsável das redes sociais?
M: Seria complicado apontar medidas como padrão, pois cada indivíduo possui seus próprios hábitos e estilo de vida. No entanto, sou defensor do desligamento do mundo online e do aproveitamento das experiências tradicionais.
AJ: Qual é o papel dos pais, educadores e da sociedade em geral na conscientização sobre os impactos das redes sociais na vida dos jovens e na promoção de um ambiente online mais positivo e seguro?
M: Para os pais, deem exemplo e deixem o mundo online de lado, proponham atividades em conjunto com a família, seja uma caminhada ou atividade esportiva, sempre priorizando a formação das crianças. Acho que o maior equívoco é esperar que elas manifestem o interesse ou desejo por uma ou outra atividade. Os educadores podem orientar quanto ao uso consciente da internet e das mídias, mas creio que o papel principal de lapidar cabe aos pais.
AJ: Como os algoritmos das redes sociais são projetados para identificar e recomendar conteúdos aos usuários? Quais são os critérios utilizados na seleção e classificação dessas recomendações?
M: Os algoritmos são feitos para potencializar o resultado das redes sociais no que diz respeito ao investimento feito pelas empresas que patrocinam seus posts. O alinhamento é apenas uma forma de qualificar melhor o que eles têm de ajustar para consumir mais verba no patrocinado e menos no orgânico.
Como consumidores, os algoritmos transformam nosso clique despretensioso em uma enorme rede de pesca de leads para nos puxarem para um pipeline ou funil de vendas. Quanto aos critérios utilizados, temos idade, gênero, preferências de assuntos, horário de acesso e canais que habitualmente navegamos.
Matéria produzida para a disciplina Estágio Supervisionado, sob orientação do professor Giuliano Tosin.
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O Correio de Atibaia publica uma série de matérias produzidas por alunos de jornalismo da UNIFAAT durante o primeiro semestre de 2023, coordenadas por professores titulares do curso como parte da avaliação de suas disciplinas. Neste primeiro momento, publicamos material desenvolvido para a disciplina Supervisão de Estágio Supervisionado, sob responsabilidade do professor Giuliano Tosin. Desejamos sucesso aos futuros jornalistas e boa leitura a todos.
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