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Multifilmes de Mairiporã: da inovação ao esquecimento

Grandes nomes das telenovelas e do teatro brasileiro despontaram suas carreiras na produtora

Aldo Williams

Em 1952, nascia um dos empreendimentos mais ambiciosos que o Brasil já presenciou: a fundação da produtora Multifilmes S.A, em Mairiporã. Idealizada pelo cineasta italiano Mário Civelli e financiada pelo empresário Anthony Assumpção, a produtora realizou 12 filmes em sua curta trajetória de cinco anos (1952 a 1956), os quais se encontram no acervo da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, em estado de deterioração.

No Brasil, a iniciativa de explorar a nova mídia emergente, o cinema, como empreendimento, foi uma particularidade da década de 50. Além da Multifilmes, grandes nomes como Vera Cruz e Atlantida fizeram parte da história da cinematografia nacional. Entretanto, a Multifilmes se destacou das demais pela sua ampla estrutura, contando com mais de 200 funcionários, setting de filmagens, camarins, fábrica de refletores, dentre outros.

As inovações proporcionadas pela Multifilmes ao cinema nacional não ficaram apenas no campo estrutural; técnicas no campo artístico e produtivo também fazem parte do legado deixado pelo estúdio. O close-up em beijo, por exemplo, muito usado em telenovelas, foi inaugurado no Brasil com o filme O Craque (1953). Além disso, o feito mais notável da Multifilmes: o primeiro longa-metragem a cores, Destino em Apuros de 1953.
Multifilmes, a escola de grandes atores.

Grandes nomes das telenovelas e do teatro brasileiro despontaram suas carreiras na Multifilmes, dentre eles: Waldemar Seyssel (palhaço Arrelia), Eva Wilma, Paulo Autran e Paulo Goulart. Destaca-se o curioso caso de Lima Duarte, na época radialista, que atuou como dublador do ator italiano, Luigi Picci, em Modelo 19 – Ponte para esperança (1952), filme sobre imigrantes europeus que vinham ao Brasil.


A Multifilmes é lembrada?
O impacto do estúdio no município de Mairiporã foi tão grande que ressignificou a fama de “cidade dos loucos” (fama proveniente da colônia psiquiatra, instalada pelo doutor Francisco da Rocha, em 1898) para “cidade do cinema”. Contudo, a história da Multifilmes não permaneceu no imaginário popular. Apesar da existência do Memorial Municipal (que abrange muito conteúdo além da Multifilmes), os munícipes, normalmente, demonstram pouco interesse nas raízes de Mairiporã. “É uma pena. Mairiporã tem uma história cultural tão rica, porém o cidadão não procura conhecer” afirma Bethos Massucato, memorialista responsável pelo Memorial. “A procura é majoritariamente feita por universitários em busca de subsídios para pesquisas acadêmicas”, conclui o memorialista.

A Prefeitura de Mairiporã promove ações de resgate da história com escolas municipais do ensino fundamental. “Atualmente contamos com o Projeto Descobrindo Mairiporã. Iniciado em 2021, já atendemos 3800 jovens”, discorre Marguerite Fioravante, Gestora de Turismo de Mairiporã. “O projeto apresenta diversos pontos turísticos aos jovens. Após o Parque Linear, os estudantes vêm ao memorial. Sempre se divertem ao descobrirem que Mairiporã já foi uma Hollywood brasileira”, aponta Bethos.

O Memorial Histórico de Mairiporã localiza-se na Biblioteca Municipal, na Rua Vereador Antônio Morelato, atendendo das 8 às 17, de segunda à sexta.

Matéria produzida para a disciplina Estágio Supervisionado, sob orientação do professor Giuliano Tosin.

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O Correio de Atibaia publica uma série de matérias produzidas por alunos de jornalismo da UNIFAAT durante o primeiro semestre de 2023, coordenadas por professores titulares do curso como parte da avaliação de suas disciplinas. Neste primeiro momento, publicamos material desenvolvido para a disciplina Supervisão de Estágio Supervisionado, sob responsabilidade do professor Giuliano Tosin. Desejamos sucesso aos futuros jornalistas e boa leitura a todos.

O rancho que restaura vidas e recupera sonhos. A equoterapia proporciona, através do cavalo, o desenvolvimento do corpo humano inteiro. Por Marcela Santos.
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A força e união entre Redbull e Bragantino. Representante da torcida organizada do Redbull Bragantino fala sobre parceria entre o clube e a marca.
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Conheça a cena do Heavy Metal na região bragantina. De acordo com músicos entrevistados pela reportagem de Wallace Moura, cena local data dos anos 80.
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Multifilmes de Mairiporã: da inovação ao esquecimento. Grandes nomes das telenovelas e do teatro brasileiro despontaram suas carreiras na produtora. Por Aldo Williams.
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Caminhos de história: Therezinha Sirera e as ferrovias de Atibaia. Ela conta à acadêmica LaraMassaneia que primeiro episódio marcante na cidade foi a inauguração da estação Caetetuba, a primeira estação no município.
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Desvendando o universo redes sociais: riscos, impactos, comportamentos e desafios. Entrevista com Marcio Yuji Tokunaga realizada pela acadêmica de Jornalismo da UNIFAAT, Ana Júlia Silva de Lima.
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