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Movimentos pró-monarquia aumentaram no Brasil

Lara Lopes*

Há 200 anos fomos emancipados da soberania portuguesa por meio do grito entoado pelo então príncipe regente Pedro de Alcântara, Dom Pedro I, às margens do riacho do Ipiranga. Atualmente sabemos que não foi somente o grito que trouxe a emancipação ao nosso país. Com forte atuação de Dona Leopoldina, imperatriz do Brasil, e José Bonifácio, ministro no reino, algumas jogadas na política interna e na sua relação com Portugal trouxeram autonomia à colônia ultramarina. Passados 133 anos desse ataque ao regime monárquico parlamentarista, muitos imaginam como seria se o golpe republicano não tivesse ocorrido, em 1889.

Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, em 2017, 10,7% dos entrevistados aprovaram a ideia resgatar a figura do imperador do Brasil e enterrar de vez o presidencialismo. Atualmente, grupos pró monarquia contestam a soberania e a estabilidade da atual república e acreditam na volta da família real brasileira ao seu trono de direito. Atualmente, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da casa real, é o primeiro na linha sucessória do trono verde e amarelo. Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 2.132 brasileiros.

Segundo o sociólogo e historiador Conrado Sargentini, apesar da monarquia parlamentarista ser uma solução aos problemas políticos, trazendo maior estabilidade ao país, a administração pública precisaria passar por inúmeras reformas como a implantação do voto distrital, diminuição do número de partidos políticos, divisão do poder executivo em dois, com imperador e première (primeiro ministro). “Dizem que só a monarquia resolve, entretanto não é só isso, é todo um conjunto que, se feito, poderia trazer soluções efetivas ao país”, salientou Sargentini.

Por outro lado, podem existir malefícios para sociedade caso a monarquia parlamentarista fosse implantada em nosso país, segundo o mestre em Educação pela UFSCAR, Bruno Rudã. Para ele, nação no período imperial era desigual e esse estigma persiste em nossa sociedade até os dias atuais. Assim, vemos dentro de uma democracia um abismo social enorme e, se existir uma monarquia, esse abismo será maior, pois a população terá que alimentar um pequeno grupo de pessoas.

Lara Lopes é acadêmica de Jornalismo da UNIFAAT.