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Conheça mais sobre Pedro Caixinha, o novo técnico do Red Bull Bragantino

O Red Bull Bragantino contratou o português Pedro Caixinha para ser o técnico do clube na temporada 2023. Aos 52 anos o técnico estava sem clube e chega para assumir até dezembro de 2024. Muitos ainda não conhecem o Caixinha, neste texto há algumas ideias do jogo dele e também episódios da carreira do treinador.


Filosofia

Quando fala de futebol Pedro costuma falar (e com muita propriedade) sobre os Espaços de Fase. Uma teoria de Paco Seiru-lo, que pensa o jogo de futebol com espaços no campo e como eles podem ser usados. É entender o jogo como um duelo de tempo e espaço. Essa teoria está presente em times que seguem a escola do Jogo de Posição, que tem como principal expoente hoje: Pep Guardiola.

Nos espaços de fase o jogo é entendido por interações e em criar sempre situações favoráveis ao seu time em todos os momentos dele. Onde a bola está, em que situação, onde estão os adversários, a distâncias entre a bola e os adversários, os próprios jogadores… Tudo isso para orientar o time a cada momento, a cada espaço do jogo.

Isso não quer dizer que os times de Pedro Caixinha joguem como os de Pep Guardiola ou outros treinadores adeptos ao Espaços de Fase, mas é algo que orienta o jogo dele. Uma diferença é que os times de Caixinha são bem mais diretos e ficam bem menos com a bola. Troca de passes é importante, mas ele gosta muito de passes verticais, sempre escolhendo o momento certo para ser vertical. 

Foto: Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

Ainda dentro do Espaços de Fase, ele procura ter superioridade numérica em todas as zonas de campo. A ideia é ir encontrando os homens livres dentro do jogo e usar essas vantagens a favor da equipe. Um modo curioso das equipes criarem vantagens com ele é pelo “Carrossel”. É a circulação pelo lado do campo entre lateral, interior e ponta, cada um indo na posição do outro para gerar dúvidas na marcação.

Pedro gosta de uma saída de bola limpa, acredita que isso faz diferença dentro do jogo. Na saída muda o formato de 3+1, 3+2, 2+2… Dependendo do adversário. 

O perde e pressiona é algo muito importante e presente nas equipes dele. Sempre agressivas com os 11 jogadores para retomar a bola logo quando perde a posse. É um time muito intenso e agressivo na marcação, durante os 90 minutos. 

O início do jogo é muito importante para o treinador. Os primeiros 10 segundos são pra ir com tudo. E sair na frente no placar é muito importante, até porque estatisticamente quem sai na frente costuma vencer mais jogos. No geral é um técnico ofensivo, que trabalhou com José Peseiro e que segue alguns dos mesmos princípios dele.

Talleres

No Talleres foram 34 jogos, 9 vitórias, 10 empates e 15 derrotas. Chegou às quartas de final da Libertadores fazendo bons jogos e foi eliminado pelo Vélez. Não vinha muito bem no Campeonato Argentino e foram mais 5 jogos depois da eliminação na competição internacional, nenhuma vitória e Caixinha fora do time argentino

Defensivamente o Tallleres de Caixinha se posicionava no 4–4–2 com marcações por zona e muita agressividade para roubar a bola. Com a defesa alta e laterais, pontas e atacantes muito agressivos para roubar a bola no campo de ataque. No ataque buscava algumas alterações no 4–4–2, para ir gerando vantagens. O time buscava ter amplitude e profundidade, tentando bastante passes verticais. Alguns dele longos em direção às costas da defesa, outros, inversões de jogo.

Com passes verticais e agressividade pra roubar a bola, as transições acabavam fazendo parte considerável do jogo. E muitos dos gols e jogadas perigosas saiam após poucos segundos de recuperar uma bola. Sempre verticalizando no espaço. 

Carreira

O treinador português não tem ficado muito tempo nos clubes que tem passado nos últimos anos. No começo de 2022 estava no Santos Laguna quando foram 8 jogos, 1 vitória, 2 empates e 5 derrotas. Antes teve uma passagem pelo Al-Shabab com 20 jogos, 8 vitórias, 7 empates e 5 derrotas.

Com passagens em 8 países (o Brasil será o 9º) teve algum sucesso no México onde foi campeão no Santos Laguna e no Cruz Azul, mas é um treinador sem grande currículo em Portugal e que nunca trabalhou no mais alto nível na Europa.

No Rangers, na Escócia, ele tinha como assistente Hélder Batista, um antigo jogador português, mas desde 17/18, na sua ida para o Cruz Azul, eles se separaram. Hoje trabalha com os auxiliares Jose Belman e Pedro Malta. Foi demitido pelo Rangers após 229 dias, tornando-se o treinador com menos partidas pelo clube.

Foto: Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

Ele chega ao Bragantino desconhecido por muitos, tanto brasileiros como portugueses. Talvez não pelo nome, que vira e mexe é falado, mas pelo que ele procura fazer nas equipes que treina. No Bragantino assume um clube com uma filosofia clara de jogo e que acredita a longo prazo. Ele terá condições de mostrar o técnico que é e de fazer o time jogar como ele pensa.

Técnico principal a 12 anos não tem um currículo tão recheado de conquistas, assim como Abel Ferreira ao chegar no Palmeiras (só que Abel chegou mais jovem como treinador ao clube alviverde). As ideias são interessantes, importante ver como irá adaptá-las ao Massa Bruta e se terá resultado.

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